Manoel de Barros
Manoel de Barros
Ergueu-se de um salto, passou rapidamente um roupão, veio levantar os transparentes da janela... Que linda manhã! Era um daqueles dias do fim de agosto em que o estio faz uma pausa; há prematuramente, no calor e na luz, uma certa tranqüilidade outonal; o sol cai largo, resplandecente, mas pousa de leve; o ar não tem o embaciado canicular, e o azul muito alto reluz com uma nitidez lavada; respira-se mais livremente; e já se não vê na gente que passa o abatimento mole da calma enfraquecedora. Veio-lhe uma alegria: sentia-se ligeira, tinha dormido a noite de um sono são, contínuo, e todas as agitações, as impaciências dos dias passados pareciam ter-se dissipado naquele repouso. Foi-se ver ao espelho..."
Do Idioleto Manoelês
"Somos a soma dos sumos".
Postado por Cristina Queiroz
Um pingo.
Um pingo de felicidade.
Um pingo de amor.
Um pingo de dor.
Seca na pele quando escorre dos olhos
e quando à boca chega, salgado fica.
Ao cair no chão, solitário, eis aí a lágrima.
Se o tempo fecha, é chuva,
fina que seja.
Lava a alma, dor e coração.
A saliva reconhece.
Pelo tato se sente.
Postado por Ennio Salvador
"Nos olhos da libélula
refletem-se
montanhas distantes."
Issa
Postado por Alexandre Silveira